Como referi no post anterior (se não espreitaram não sabem o que perdem ;)), andamos a tentar gerir os menús semanais em função do que temos para gastar no congelador, frigorífico e despensa com uma maior intensidade do que é costume (e dando prioridade ao que está mais perto do prazo de validade) para facilitar a mudança de casa este fim de semana. Quanto menos tivermos de levar connosco, melhor. Certo? Isso implica acima de tudo, alguma criatividade para juntar numa mesma receita uma série de ingredientes dispersos. Ora, e de toda uma lista de ingredientes como chufa, goji, agar-agar e açúcar de côco, o que é que surgiu? Um cheesecake vegan, claro! Fiz uma pesquisa rápida, e encontrei esta receita, na qual me inspirei (se não conhecem a Oksi, espreitem o blog ou o Instagram dela, é uma grande fonte de inspiração para mim).
Antes de começar a preparar o cheesecake, comecei por demolhar as 150g de chufa, 150g de castanhas do maranhão/pará, e 150g de goji - cada uma no seu recipiente ;) Pelo sim pelo não, demolho sempre os frutos secos porque tenho dificuldade em digeri-los. Mas neste caso também o fiz com a chufa para ajudar a triturar, e com as goji para as hidratar.
No dia seguinte lavei bem a chufa e as castanhas, e coloquei-as no processador de comida, juntamente com 120g de pasta de tâmaras, 1 chávena de aveia, 2 colheres de sopa de óleo de côco, e triturei tudo uns minutos. Entretanto, o meu maravilhoso ajudante, aka maridão, forrou uma forma de bolo redonda, onde coloquei esta mistura, e calquei bem para formar a base. [Uma nota: estive a fazer as contas, e cada fatia não tem mais do que 2 ou 3 castanhas do maranhão, o que - segundo sei - está dentro da dose diária máxima recomendada].
Para o recheio, triturei as bagas goji com 1 lata de leite de côco orgânico, 3 colheres de sopa de açúcar de côco, e o sumo de meio limão. Quando estava totalmente desfeito e cremoso, levei ao lume, com 2 colheres de sopa de agar-agar (que misturei num pouco de água), e mexi bem com a vara de arames até levantar fervura. Deixei ferver uns minutos (segundo as instruções do pacote, cerca de 10 minutos), e coloquei por cima da base que entretanto estava no frigorífico a repousar.
Deixei arrefecer uns minutos, tapei e coloquei no congelador. Podem colocá-lo no frigorífico que fica igualmente bom, mas apetecia-me uma versão gelada, para os dias mais quentes que tardam em chegar... A versão gelada fica mais fresca, mas o sabor fica menos intenso porque é "abafado" pelo frio. Na versão normal, sente-se mais o sabor dos frutos secos, e das bagas goji, embora esteja bastante bem suavizado pelo leite de côco e pelo limão. Sente-se o sabor das goji, sem se tornar demasiado forte.
Ingredientes:
Base
150 g de chufa
150g de castanhas do maranhão
120g de pasta de tâmaras
1 chavena de aveia
2 colheres de sopa de óleo de côco
Recheio
150g de bagas goji desidratadas
2 colheres de sopa de agar agar
1 lata de leite de côco
3 colheres de sopa de açúcar de côco
Sumo de 1/2 limão
Triturar os ingredientes para a base, e colocar num recipiente, calcando bem até formar a base do cheesecake. Levar ao frigorífico. Bater as bagas goji com o leite de côco, o açúcar, e o sumo do limão. Levar ao lume com o agar-agar e deixar ferver uns minutos. Juntar à base, e refrigerar por umas horas, ou congelar para uma sobremesa gelada ;)
Andamos numa missão cá por casa: gastar o máximo de coisas possíveis antes da mudança (é já daqui a menos de 2 semanas!! - o tempo voa). Já é costume ocasionalmente fazermos uma "revista" à despensa (que não é mais do que 2 prateleiras do armário da cozinha), para perceber o que está perto do prazo de validade, e que tem de ser gasto. No caso da despensa, estamos a falar de farinhas, sementes, frutos secos, cacau, entalados, ou seja, coisas com mais validade, mas que também têm prazos. Com a aproximação da mudança, esta revisão tem sido mais frequente. Em todas as frentes. O congelador tem sido alvo de frequente escrutínio ;), assim como o frigorífico, a despensa e os milhares de frascos com coisas que tenho espalhados pela cozinha e pela mesa da sala.
Resultado: temos toda umas lista de receitas "to do" coladas à porta do frigorífico, para ir incluindo nos menús semanais; e as as criativas receitas de aproveitamento têm sido mais frequentes do que é costume. Este bolinho resultou de uma série de "vou acabar com isto" conjugados numa só receita, mas ficou tão delicioso que decidi partilhar ;)
O côco já tinha passado da validade (mas ainda estava bom), e portanto era a prioridade nº1 da lista. Comecei por colocá-lo no processador, e batê-lo uns minutos na tentativa de fazer algo semelhante a manteiga de côco, mas demorou tanto tempo que acabou por ficar num estádio intermédio. Ao côco juntei uns restinhos de alperces e ameixas secas, 3 tâmaras (os tais "vou acabar com isto"), 2 chávenas de aveia, 1/2 chavena de sementes de girassol, 4 colheres de sopa de óleo de côco, 1/2 chávena de cacau, 1/4 de agave, 2 ovos, bati tudo e levei ao forno cerca de 40 minutos a 180º.
Olhem-me só esta consistência... não ficou apetitoso?! Tentem deixá-lo arrefecer um pouco antes de comer. E experimentem juntar um pouco de manteiga de côco e sementes germinadas, para o tornar ainda mais rico, e com um toque crocante - prometo que não se vão arrepender ;)
Ontem perguntaram-me no Instagram qual o molho saudável que eu recomendaria para acompanhar batata doce. No seguimento dessa mensagem, fiz um rápido apanhado de alguns molhos, cremes e dips que tenho no blog que acho que funcionam bem não só como molho para batatas, mas (alguns deles) também para juntar a massa, como alternativa a natas e outro tipo de molhos, ou simplesmente para barrar no pão, servir como entrada num jantar ou juntar a saladas para as tornar mais nutritivas e/ou mais requintadas. Respondi à mensagem com esse apanhado, mas lembrei-me que poderia ser interessante ter uma compilação aqui no blog.
Deixo-vos então aqui o meu top 5 de sugestões de molhos, cremes e dips que podem usar como uma alternativa saudável aos típicos molhos para batatas, para juntar a massas ou saladas, patês para servir de entrada, ou para comer à colherada diretamente do frigorífico ;) (sem abusos porque apesar de mais saudáveis, não deixam de ser calóricos):
- Molho de Tahini Limão: uso-o muito para acompanhar falafel, e hamburgers vegetarianos, mas também fica perfeito com crepes, e a acompanhar batatas assadas ;)
- Creme de Abacate: uso este creme com tudo... barro-o no pão, tempero saladas com ele, acompanho batatas, legumes, o que for. Adoro. É muito simples de preparar, super fresco e nutritivo, e dá um sabor maravilhoso a tudo.
- Dip de beringela: ou o chamado baba ganoush, que é perfeito para servir como entrada, a acompanhar legumes crus, pão, tostas, ou numa versão mais elaborada como molho para massa.
- Húmus de... basicamente qualquer coisa: faço quase sempre a olho, mas deixo a minha receita básica em baixo. Depois, ajusto com o que tenho em casa e me apetece comer na altura. Adoro húmus de feijão, edamame, e dizem que de tremoço também é delicioso. O húmus é sempre um sucesso em jantaradas, como patê, dip, ou o que lhe queiram chamar, mas uso quase sempre as sobras como complemento de buddha bowls, ou saladas.
- Pesto de... (também) qualquer coisa: à semelhança do húmus, o pesto fica bem com tudo. E adoro-o de todas as formas. Deixo-os uma receita simples em baixo, mas tenho outras alternativas no blog como o pesto de abacate, ou de tomate seco:
Triturar tudo no processador (atenção que o grão vai colando às paredes do processador, é preciso ir raspando das paredes até ficar ao vosso gosto - com mais ou menos pedaços), e servir ;)
Em alternativa à versão salsa e cominhos, por vezes junto paprika e/ou paprika fumada e fica também divinal ;)
Pesto (versão simples):
Uma mão cheia de folhas de manjericão fresco
1 colher de sopa (pouco cheia) de pinhões/ nozes/ amêndoas
Umas gotas de sumo de limão
2 dentes de alho
1 fio de azeite
Sal q.b.
Opcional: 2 colheres de sopa de levedura nutricional
Triturar tudo no processador, e juntar a massas ou saladas.
Já sabem que sou uma gulosa do pior, certo? Nas últimas semanas fiz este bolo 2 vezes, uma versão com ovos, e uma vegan, e acho que está no meu top de bolos preferidos de sempre. A versão vegan parece um cruzamento entre um brownie de chocolate e nutella caseira saudável, e tive de partilhar com os meus colegas de trabalho sob risco de o comer todo sozinha de uma assentada :P
Começei por demolhar uma chávena de avelãs (200 g) durante 24h, para as tornar de mais fácil digestão. [Duma forma geral não posso abusar de frutos secos, mas demolhando-os a coisa torna-se mais fácil ;)] Depois de demolhadas, passei-as bem por água e triturei no processador de comida durante alguns minutos até ficar num estágio entre a farinha e a manteiga de avelãs. A isto juntei 200g de farinha de arroz integral, cerca de 100ml de xarope de ácer, 2 colheres de sopa de manteiga de côco, 50g de cacau cru em pó e 2 ovos. Bati tudo e levei ao forno cerca de 30 mins a 180º.
Na versão vegan omiti os ovos, e juntei aquafaba, e 1 colher de chá de goma xantana. Para fazer a aquafaba usei a água de 1 lata de grão bio, que bati até ficarem com uma textura semelhante às claras em castelo, e envolvi suavemente no resto do preparado. Ficou delicioso. Crocante por fora, e húmido por dentro, e com aquele sabor delicioso do cacau com avelãs.
Experimentem barrar com um pouco de manteiga de côco e digam-me se não é de chorar por mais?! ;)
Ingredientes:
200g de avelãs trituradas (demolhadas)
200g de farinha de arroz integral
100ml de xarope de ácer
2 colheres de sopa de manteiga de côco
50g de cacau cru em pó
2 ovos
Para a versão vegan - omitir os ovos e juntar:
Aquafaba (água de 1 lata de grão batida até ficar com a consistância de claras em castelo)
1 colher de chá de goma xantana
Demolhar as avelãs durante algumas horas. Lavar bem, triturar no processador até parecer quase uma manteiga. Juntar os restantes ingredientes e levar ao forno 30 mins a 180º. Barrar com manteiga de côco e revirar os olhos ;)