Para mim, poucas coisas batem a combinação perfeita entre a manteiga de amêndoa e tâmaras medjool - um snack/ sobremesa que me tenho vindo a aperceber, há muito boa gente por aí a apreciar. Bom gosto, malta ;) Mas, não sei se sabem, há uma coisa que fica MARA-VILHOSA com estes dois: a alfarroba. Há alguns meses tive o prazer de experimentar uma manteiga de amêndoa com alfarroba, e desde então, adoro fazer o que seja que combine estes 3 ingredientes, como por exemplo estes crepes, que são de revirar os olhos ;)
Um destes dias, resolvi fazer umas bolachas que combinassem estes ingredientes, e outros, para as tornar (ainda) mais nutritivas. A primeira tentativa ficou pouco doce, e a textura não ficou exatamente a meu gosto, mas esta segunda versão... OH MEU DEUS, esta segunda versão. Que perdição :P
A receita é muito simples, e podem simplificá-la ainda mais substituindo, por exemplo, a farinha de trigo sarraceno por farinha de arroz, ou ambas por outra que tenham em casa. Simplifiquem, mas não deixem de as experimentar ;) Começei por colocar as tâmaras no processador de comida, e triturar até ficarem bem picadas, caso contrário corría o risco de ficar com pedações de tâmara nas bolachas. Depois fui juntando os restantes ingredientes, e triturando, até ficar com uma pasta homogénea. Quase que apetecia comer à colher, ou fazer bolinhas energéticas com elas. Retirando o polvilho, talvez não seja mal pensado ;)
Por fim, formei bolinhas, que espalmei cuidadosamente com a palma da mão, e com a ajuda de um pouco de água, caso contrário a massa cola a TODO O LADO, e levei as bolachinhas ao forno durante cerca de 20 mins, a 170º. Quando as retirarem do forno, deixem-nas repousar um pouco antes de lhes mexer, caso contrário podem-se desfazer. Enquanto arrefece, aproveitem para preparar um cházinho para acompanhar estas gulosas bolachas de cânhamo e alfarroba ;)
Ingredientes:
8 tâmaras medjool
1/2 chávena de farinha de trigo sarraceno
3/4 de chávena de farinha de arroz integral
(podem usar apenas farinha de arroz ou de trigo sarraceno, eu usei ambas porque não tinha quantidade suficiente de nenhuma delas ;))
1/4 de chávena de farinha de amêndoa
1/2 chávena de sementes de cânhamo
1/2 chávena de farinha de alfarroba
1/2 chávena de xarope de ácer
1/4 de chávena de óleo de côco
2 colheres de sopa de polvilho doce
2 colheres de sopa de manteiga de amêndoa
1 chávena = 200ml (a medida standard é de 250, mas a minha é mais pequena)
Bater todos os ingredientes num processador de comida, formar bolinhas, e espalmar cuidadosamente com ajuda de um pouco de água para não colar às mãos. Levar ao forno pré-aquecido, cerca de 20 mins a 170º. Deixar arrefecer um pouco antes de lhes mexer.
Este bolo é uma perdição. Os pais do P tinham-nos trazido um saco de laranjas e entre sumos e lanches, queria dar-lhes um outro uso. Algo doce, decadente, mas saudável o suficiente para não pesar na consciência, nem (muito) na balança ;)
Numa taça, juntei as farinhas e a goma xantana, e envolvi tudo com a ajuda de um garfo. Juntei o xarope de côco, e o sumo de laranja, voltei a mexer bem, e reservei. Entretanto, escorri a água de uma lata de grão de bico, e bati a água numa batedeira até ficar com a textura semelhante a claras em castelo - a chamada aquafaba. Demora um pouco, mas acreditem que fica i-gual. E é totalmente vegetal ;) Se puderem fazer a aquafaba com água de grão cozido em casa, perfeito! Eu usei uma lata de grão orgânico, que foi a melhor alternativa que consegui, dado que não tinha possibilidade de usar a versão fresca.
Quando a aquafaba estava no ponto (tal como as claras em castelo que estão prontas quando conseguimos virar a taça sem elas se mexerem), fui juntando e envolvendo-a na mistura anterior, com cuidado para não "cair", isto é, para não perder as bolhas de ar.
Coloquei o preparado numa forma, e levei-o ao forno pré-aquecido cerca de 40-45 mins a 180º. Este bolo não é especialmente doce, porque queria uma opção para pequeno almoço/ lanche, que não fosse enjoativa, mas acabei por colocar um fio de mel por cima (que podem substituir por agave ou de xarope de ácer), e polvilhar o bolo com sementes de papoila e raspas de laranja, e ficou per-feito. Molhadinho, doce q.b., e absolutamente delicioso ;)
Expero que gostem!! Poderão experimentar fazer este bolo com outras farinhas, ou noutras quantidades. Mas se puderem e tiverem os ingredientes, recomendo esta mistura, que ficou mesmo perfeita. Se experimentarem com outras combinações de farinhas digam-me que tal ficou ;)
Ingredientes:
40g de farinha de quinoa
40g de farinha de arroz
80g de farinha de amêndoa
90g de farinha de milho
Aquafaba
1 colher de chá de goma xantana
100 ml de xarope de côco (ou outro adoçante vegetal)
Sumo de 4 laranjas
Cobertura:
Mel ou um adoçante vegetal (para uma versão totalmente vegan ;))
Sementes de papoila
Raspas de laranja
[Para uma versão não vegan, podem substituir a goma xantana e a aquafaba por ovos - 2 gemas + 2 claras batidas em claras em castelo ;)]
Misturar os ingredientes secos com um garfo. Juntar a geleia de côco e o sumo de laranja e reservar. Bater a água escorrida de uma lata de grão até ficar com uma textura semelhante a claras em castelo e envolver cuidadosamente para não perder as bolhas de ar. Colocar numa forma, levar cerca de 40-45 minutos ao forno (pré-aquecido) a 180º. Cobrir com um fio de um adocante à escolha (mel, xarope de ácer ou outro), polvilhar sementes de papoila e raspas de laranja, e acompanhar este delicioso bolo com um chá quentinho. E um bom filme ;)
Já vos disse que adoro edamame? E falafel? Ambos estão claramente no meu top de comidas veggie preferidas. E portanto, decidi juntá-las numas deliciosas almôndegas veggie. Que tal soa? :)
O ponto de partida foi esta receita de falafel (sem os brócolos), e o processo também muito semelhante. No processador de comida triturámos o grão com o edamame (costumo comprar edamame congelado, sem pele, no Celeiro), que aquecemos uns minutos em água quente, 4 cenouras pequenas, 1 molho de salsa fresca, 2 dentes de alho, 1 colher de chá de sal, 2 colheres de chá de cominhos, 1 pitada de pimenta e pimenta cayena e 1 fio de azeite. Este processo exige alguma calma, porque o grão vai colando ao fundo e às paredes do processador, e é preciso ir mexendo, e triturando, e mexendo e triturando, e mexendo, e triturando... estão a imaginar, não estão? Mas acreditem que a paciência vale bem a pena ;)
Quando a textura estava a nosso gosto (podem ficar com mais ou menos pedaços), juntei 2 colheres de sopa de farinha de arroz integral, o sumo de 1/2 limão e 1 colher de sopa de tahini e envolvi bem. Depois de moldar as bolinhas e as colocar no tabuleiro, polvilhei com um pouco de cominhos e sementes de sésamo, e levei ao forno cerca de 20 mins a 180º, até estarem bem douradinhas ;)
Servi com um fio de vinagre balsâmico (concentrado), acompanhas de puré de batata doce e uma saladinha de espinafres frescos e rebentos de brócolos (que infelizmente não aparecem nas fotos). Mas estava xu-xu ;)
Ingredientes:
1 lata de grão
200g de edamame
4 cenouras pequenas
1 molho de salsa
2 dentes de alho
1 colher de chá de sal
2 colheres de chá de cominhos em pó
1 pitada de pimenta e pimenta de cayena
2 colheres de sopa de farinha de arroz
1 colher de sopa de tahini
Sumo de 1/2 limão
1 fio de azeite
Vinagre balsâmico para servir
Triturar tudo excepto a farinha, o tahini e o limão até ficar com uma textura bem homogénea, com mais ou menos pedaços (ao gosto do freguês ;)). Juntar a farinha, o tahini e o limão, envolver bem e formar bolinhas. Levar ao forno polvilhado com cominhos e sementes de sésamo até ficarem bem douradinhas (cerca de 20 mins num forno pré aquecido a 180º). Servir com um fio de vinagre balsâmicos e acompanhas de puré de batata doce e uma saladinha verde ;)
História engraçada... Sabem quando estão a ler uma receita e em vez de - digamos - 50g lêem 500g, e em vez duma sobremesa que era suposto ser uma espécie de tarte, húmida e doce - quase ao estilo conventual - acabam com uma espécie de bolo, bastante agradável na mesma, mas nada a ver com a versão original? Estão a ver onde quero chegar com isto? :) E foi assim que, de uma receita, nasceram duas. E como sabermos rir de nós próprios é uma virtude, no meu entender, decidi partilhar convosco a história... E ambas as receitas. A tarte de "feijão" e seu primo bolo de côco. Continuam interessados? A partir de agora isto vai funcionar ao estilo "você decide" (alguém da minha geração a ler, que percebeu a referência? ;)).
Fiz esta receita (a original) pela primeira vez há uns tempos para uma festa de família, a pedido da minha querida sogra. Adoro o papelinho que ela me deu (foto abaixo), faz lembrar as receitas antigas que a minha mãe tinha lá em casa, guardadas dentro duma caixinha de metal axadrezada que já tinha sido da minha avó, e que agora está na minha cozinha, cheia de papelinhos meus. É a receita mais simples de sempre, mas - ficam já avisados - muito pouco simpática para o pneuzinho, e para o colestrol. Leva toneladas de ovos e açúcar. Mas um dia não são dias, e temos de viver um bocadinho ;)
Este fim de semana tivemos um almoço de família lá em casa e aproveitei voltar a fazer esta receita... e consegui fotografá-la para partilhar convosco ;) MAS, e é aqui que entra a parte engraçada, ao reler a receita memorizei que levava 500g gramas de côco, e nasceu o primo da tarte - o senhor bolo de côco - que, apesar de ter partido de um erro, foi um sucesso. A boa da Inês, distraída como é, só se apercebeu deste pequeno pormenor já tinha a receita publicada, pelo que ela esteve online menos de 1h, e hoje volta a renascer, não das cinzas, mas e(m) família! [Bem que me parecia que tinha ficado mais alto, e mais seco do que me recordava, mas... entre o cansaço e eventuais questões de memória, desvalorizei...]
A boa notícia é que de uma, acabamos por ficar com duas receitas. E são ambas muito simples! São precisos 8 ovos, 500g de açúcar, e 50g (na versão original) ou 500g de côco ralado (na versão bolo de côco), e açúcar em pó para polvilhar. E é isto. Começei por bater os ovos com o açúcar, e depois envolvi o côco ralado. Coloquei tudo numa forma de tarte, forrada com papel vegetal e levei ao forno pré-aquecido a 180º. Cerca de 40 minutos depois estão prontos ;)
Ok. Agora entra aqui a questão do você decide: 1) se preferirem uma versão mais húmida, quase a puxar para o doce conventual, utilizem as 50g de côco; 2) para a versão alta, tipo bolo de côco, utilizem as 500g. Fica ao gosto do freguês. Fotos de ambos abaixo.
1) Tarte de Feijão (que de feijão nada tem)
2) ... e seu primo Bolo de Côco
E o papelinho, escrito pela mãe do P, que deu origem a tudo isto... ;)
Ingredientes:
1) Tarte de Feijão (que de feijão nada tem)
8 ovos
500g de açúcar
50g de côco ralado
Açúcar em pó para polvilhar
2) ... e seu primo Bolo de Côco
8 ovos
500g de açúcar
500g de côco ralado
Açúcar em pó para polvilhar
Bater os ovos com o açúcar, envolver o côco ralado e levar ao forno cerca de 40 mins a 180º graus. Para uma versão mais húmida, quase a puxar para o doce conventual, utilizem as 50g de côco; para a versão alta, quase tipo bolo de côco, utilizem as 500g. Ambas deliciosas, cada uma à sua maneira ;) Servir polvilhados com açúcar em pó.