Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Receitas Tolerantes

Sou uma entusiasta da cozinha e da alimentação saudável, e cozinho com amor :)

Receitas Tolerantes

Sou uma entusiasta da cozinha e da alimentação saudável, e cozinho com amor :)

(as nossas estaladiças) Batatas Assadas

Cá em casa não comemos fritos. Fora de casa, muito ocasionalmente. Chama-se equilíbrio e tal, já estão fartos de ouvir falar, certo? ;) Em casa, óleo só de côco, e os fritos são substituídos por assados. É o caso das batatas. E sinceramente, estas não ficam nada atrás das originais, o corpo agradece... E a (minha) digestão também.

 

Estas batatas têm uma elevada rotação cá por casa. Alternamos entre gomos, cubos e palitos, mas todos eles têm uma coisa em comum. As batatas são-nos geralmente dadas pelos pais do P, e são tão mais saborosas do que as de compra, mas questões destas à parte, cozinhamo-las (quase) sempre com casca. Ficam mais estaladiças, mas saborosas, e mais nutritivas.

 

Os temperos não são nenhuma invenção espetacular, apenas uma junção de todas as especiarias e sabores que gosto numa batata assada. Idealmente uso tomilho seco, oregãos, curcuma, paprika/pimentão doce, sal e uma pitada de pimenta. Podem variar/ acrescentar ou retirar algum ingredientes (por exemplo alecrim funciona quase tão bem como o tomilho e podem acrescentar alho em pó que não se perde nada ;)), mas a combinação destes ingredientes é perfeita na minha opinião. Para além de saborosa, tem a dupla imbatível curcuma + pimenta, que eu gosto de colocar em tudo porque é anti-inflamatória. Para quem tem problemas digestivos que é o meu caso, fica (e faz) sempre bem. Depois massajo tudo bem com as mãos numa bacia antes de as levar ao forno. Desta forma os temperos ficam mais uniformemente distribuídos. E gosto acreditar que a massagem que faço com as mãos as torna mais saborosas ;)

 

Finalmente, vão ao forno pré-aquecido cerca de 20-30 minutos a 180º. Pode demorar mais ou menos tempo em função do forno e do quão estaladiças as querem.

 

IMG_20170710_205950 b.jpg

 

 

(Outro exemplo... este levou paprika fumada em vez da curcuma ;))

 

DSC01855 b.jpg 

 

Ingredientes:

Batatas

1 fio de azeite

Tomilho seco

Oregãos

Curcuma/acafrão

Paprika/pimentão doce

1 pitada de pimenta

Sal

 

Colocar tudo numa bacia, e massajar bem até os temperos ficarem uniformemente distribuídos pelas batatas. Levar ao forno pré-aquecido a 180º cerca de 20-30 mins, ou até estarem tostadas.

 

Boas receitas, e bom proveitoooo!

Batata Doce recheada com Soja e Espinafres

Como referi no post anterior (já espreitaram? são uns deliciosos scones de abóbora sem lactose, e sem glúten! Corram para lá! ;)), as cores das nossas receitas já entraram na nova estação, onde os tons terra dominam. Castanhos, laranjas, amarelos vão definidir um bocadinho os tons das próximas receitas. Esta é mais uma dessas que cumpre o pantone outonal ;)

 

Apesar de muito simples, esta é uma receita um pouco demorada, essencialmente porque eu gosto de assar a batata doce inteira, embrulhada em papel de prata, para que mantenha os seus nutrientes e sabor. Portanto, receitas que envolvam batata doce, ou abóbora, que demoram cerca de 1 hora a cozinhar desta forma, geralmente reservo para Domingos à tarde. Há quem tenha os seus assados de Domingo... eu tenho as minhas batatas doces, abóboras, e bolinhos ;) 

 

Por outro lado, como gosto de comer as batatas com casca geralmente compro biológicas (as doces, as "normais" trago de casa dos pais do P, que têm zero porcarias, e um sabor maravilhoso), apesar de estarem beeemmm no fundo da lista completa dos "dirty 12" ou seja os produtos que contêm maior concentração de pesticidas. Numa lista de 51 produtos (mais info aqui: https://www.ewg.org/foodnews/list.php#.WedTjVtSyUl), a batata doce está em 35º lugar, sendo que depois dela vêm os brócolos, e logo a seguir os "clean 15", ou seja produtos considerados "mais limpos"/ com menor concentração de pesticidas.

 

Enquanto a batata assava, demolhei cerca de 90 gramas de soja granulada num recipiente cheio de água. Convém a água estar uns dedos acima da soja porque ela vai absorver muito líquido e inchar. Passados cerca de 30 minutos escorri a soja, e com a ajuda do meu espetacular ajudante de cozinha, mister P a.k.a. o maridão, cozi a soja cerca de 10-15 mins num tacho com água. Depois de cozida, e escorrida, está pronta para ser incorporada na receita.

 

A base da receita é muito simples. Num tacho, colocámos 2 dentes de alho a fritar numa colher de chá de óleo de côco e fomos acrescentando as especiarias, para acentuar os seus sabores. Usámos cerca de 1 colher de chá de caril, e 1/2 colher de chá de acafrão (curcuma), cominhos e coentros. Deixei-os fritar um minutinho, para evitar que queimassem, e juntei cerca de 4 colheres de sopa de puré de abóbora, a soja granulada e deixei cozinhar uns minutos, antes de juntar o creme de côco, e deixar apurar cerca de 10-15 mins em lume médio-baixo. Não se preocupem se o molho engrossar muito. Assim que juntámos os espinafres e os envolvemos no molho, estes começaram a libertar água, deixando o molho bem mais líquido. Como queria uma consistência mais cremosa para conseguir rechear as batatas sem escorrer tudo para fora, corrigi o sal e a pimenta, e deixei o molho apurar e reduzir mais uns minutos. Desliguem quando estiver com uma consistência que vos agrade, mas não se esqueçam que quanto mais cremosa, mais fácil será rechear a batata.

 

Entretanto a batata doce saiu do forno (quando o garfo espeta sem qualquer dificuldade, está pronta!), e deixámos arrefecer uns minutos antes de as dividirmos a meio (1/2 batata por refeição para cada) e as rechearmos com o preparado de soja e espinafres.

 

 

IMG_20171016_142026 b.jpg

 

 

Marmita #1 (na maravilhosa esplanada do café/copa aqui da agência):

IMG_20171016_142054 c.jpg

 

  Marmita #2 (a salada também é do café):

IMG_20171018_125152 b.jpg

  

Ingredientes:

2 batatas doces médias

90g de soja granulada

1 colher de chá de óleo de côco

1 ou 2 dentes de alho

1 colher de chá de caril em pó

1/2 colher de chá de curcuma em pó

1/2 colher de chá de cominhos em pó

1/2 colher de chá de  coentros em pó

4 colheres de sopa de puré de abóbora

1 saco de espinafres bio

1 pacote de creme de côco

1 pitada de pimenta

Sal a gosto

 

Uma nota: usei o puré de abóbora que sobrou da receita dos scones, mas poderão saltar este passo, apesar de lhe dar bastante sabor, e uma consistência muito cremosa.

 

Assar as batatas doces embrulhadas em papel de prata, cerca de 1h a 180º. Entretanto, demolhar a soja 10 minutos e cozê-las outros 10 num tacho com água. Noutro tacho, fritar o alho e as especiarias uns minutos, juntar o puré, a soja, o creme de côco e deixar cozinhar. No final, juntar os espinafres, corrigir os temperos, e deixar apurar até o molho reduzir e ficar bem cremoso. Dividir cada batata em 2, partir a meio, e rechear com este delicioso preparado :)

 

Boas receitas!

 

Scones de Abóbora Tolerantes

Nada me transporta mais para a minha infância do que um tabuleiro cheio de scones quentinhos. Os Domingos lá por casa envolviam muitos lanches ajantarados, e confeccionar scones em família, aliás, scone (será que se pode utilizar o singular?), porque a minha mãe ainda hoje em dia prefere os seus scones em formato de bolo inglês. Lembro-me de o cortar em fatias, ainda quentinho, e barrar o meu bolo-scone com manteiga... Hmmm. Há melhor?

 

Hoje em dia prefiro os meus scones mais saudáveis. E combinando com o pantone da estação, este fim-de-semana decidimos fazer uns scones de abóbora. Aliás, o Outono chega e a nossa alimentação parece mudar automaticamente para tons quentes. Laranjas, amarelos, castanhos. São as cores dos alimentos da época, e é nesta altura que os devemos consumir, por isso faz sentido que assim seja. E mais do que isso, a comida torna-se mais rica, mais fragrante, e muito mais aconchegante;) Mesmo quando ainda estão 30 graus lá fora.

 

Voltando aos scones... Quando se trata de doces, a minha abóbora preferida é a Hokkaido. Depois de cozinhada fica super cremosa, e o seu sabor é muito adocicado, parecido com a batata-doce. E a casca dá umas chips de abóbora maravilhosas (podem ver algumas sugestões aqui e aqui) que são uma ótima alternativa às batatas ;)

 

Lavei bem a abóbora e levei-a ao forno cerca de 1h, a 180º, partida ao meio e embrulhada em papel de prata para assar mais depressa. Está pronta quando conseguirem espetar o garfo sem qualquer resistência. Deixei-a arrefecer, retirei as sementes, e triturei-a no processador de comida, partida em pedaços, até se transformar num cremoso puré. Triturei a casca também porque 1) usei uma abóbora biológica, e lavei-a bem; 2) a maioria dos nutrientes está junto da casca; 3) o sabor fumado da casca assada dá um toque maravilhoso às receitas. Fica(m) a(s) dica(s).

 

Depois de transformada em puré, escorri-a num passador, e coloquei 1 chávena e meia (usei medidas de cozinha, que correspondem a cerca de 2x200g) num recipiente, juntamente com 2 colheres de sopa de manteiga de côco. Também podem usar óleo de côco, mas a manteiga contém também polpa e é mais cremosa. Bati o puré com a manteiga até ficar bem cremoso e uniforme, e juntei os restantes ingredientes: 1 chávena de farinha de arroz, 1/2 chávena de farinha de trigo-sarraceno (podem usar uma outra farinha, desde que não seja muito húmida ou pesada, para os scones se manterem fofinhos), 1/4 de chávena de geleia de côco (ou outro adoçante a gosto), 1/2 chávena de nozes pecã trituradas, 1 colher de chá de canela, 1 pitada de sal, e 1 ovo. Depois misturei tudo devidamente até ficar com uma massa meia pastosa, quase a fazer lembrar a massa de pão, mas ligeiramente mais húmida. Por fim, juntei 1 colher de chá de fermento, envolvi suavemente, formei os scones, e levei-os ao forno pré-aquecido a 180º, cerca de 30 minutos. Poderá ser necessário humedecer os dedos com água para evitar que a massa cole. Vão vigiando a partir dos 20 minutos, porque vai depender muito do tipo de forno. O meu não é especialmente potente.

 

Picture2 b.jpg

 

IMG_20171016_084640 d.jpg 

 

Picture3 b.jpg

 

Ingredientes (cerca de 9 scones grandes):

1 chávena e meia de puré de abóbora (okaido de preferência)

2 colheres de sopa de manteiga de côco (poderão substituir por óleo de côco, ou ghee)

1 chávena de farinha de arroz

1/2 chávena de farinha de trigo sarraceno

1/4 de chávena de geleia de côco (ou outro adoçante a gosto)

1/2 chávena de nozes pecã trituradas

1 colher de chá de canela

1 pitada de sal

1 ovo (se experimentarem com ovo de linhaça ou chia digam-me que tal fica ;))

1 colher de chá de fermento

 

Misturar tudo muito bem até ficar com uma massa uniforme, semelhante à massa de pão, mas ligeiramente mais húmida. Formar os scones, e levar ao forno pré-aquecido cerca de 20-30 minutos a 180º. Barrar com ghee ou compota ou manteiga de frutos secos, acompanhar com um chá quentinho, e soltar um suspiro de satisfação ;)

 

Boas receitas outonais!!